Segundo dados do Empresômetro, ferramenta desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) especialmente para a Confederação Nacional do Comércio (CNC) e Fecomércio, em 2015 foram fechadas 4.177 micros e pequenas empresas no Maranhão, o que representa 2,3% do total de MPE’s ativas atualmente no estado. Somente na capital, a mortalidade das empresas em 2015 chegou até agora a 1.343 MPE’s.
São vários os motivos para esse momento negativo. Nos anos anteriores, as vendas do comércio foram amparadas principalmente pela expansão da massa de salários, que teve crescimento médio de 5% nos últimos dez anos, pela criação de empregos e por meio das políticas fiscal e creditícia expansionistas. A perspectiva é que haja desaceleração desses pagamentos salariais, dado o cenário de enfraquecimento da atividade e do mercado de trabalho. A Pnad contínua mostrou, no trimestre encerrado em janeiro, crescimento no número de pessoas desocupadas: 6,8%, contra 6,4% do trimestre anterior. Os dados do Caged seguiram e continuam em linha com os do IBGE. A criação de empregos formais em 2014 foi a pior desde 2002, com 64,5% menos vagas geradas do que em 2013. Em janeiro o saldo foi negativo, com mais de 81 mil vagas encerradas — pior resultado para o mês desde 2009. Por meio do termômetro do emprego também é possível constatar o esfriamento da atividade comercial, até então um dos propulsores do emprego no Brasil nos últimos anos. O emprego formal do setor cresceu 1,9% no ano passado — portanto, menos da metade do ritmo médio constatado entre 2011 e 2013 (4,6%). Na indústria, o emprego teve queda de 3,2% em 2014.
A desaceleração do consumo das famílias também está relacionada ao comportamento do crédito às pessoas físicas, que manteve a trajetória de moderação em 2014. O crédito para as famílias está mais caro e escasso, e estas estão se mostrando mais cautelosas em relação ao consumo e ao endividamento.
Acompanhando essa retração, os segmentos mais sensíveis ao crédito, ou seja, os bens duráveis, automóveis e materiais de construção, vêm mostrando queda. A intenção de consumo, por parte das famílias, desses tipos de bens está no menor valor da série histórica apurada pela CNC na pesquisa Intenção de Consumo das Famílias (ICF). De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF), do IBGE, a produção de bens duráveis abriu o ano de 2015 com queda de 13,9% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Com informações do J. Pequeno