Um professor de matemática foi preso pela Polícia Civil do Maranhão, na manhã desta sexta-feira (11), em Imperatriz, por envolvimento em um esquema de venda de favores relacionados a atendimentos no Sistema Único de Saúde (SUS). A prisão preventiva foi realizada após investigação conduzida pela 10ª Delegacia Regional, que identificou a prática recorrente do crime de intermediação ilegal, no qual o suspeito cobrava valores de pessoas em situação de vulnerabilidade em troca da promessa de acelerar o agendamento de exames e cirurgias na rede pública.
De acordo com as investigações, o professor se apresentava como alguém influente nos bastidores do SUS e oferecia, mediante pagamento, um suposto acesso facilitado a procedimentos médicos de alta demanda, como cirurgias e exames especializados. As vítimas, muitas delas enfrentando situações graves de saúde ou com familiares em condições delicadas, acreditavam na proposta e efetuavam os pagamentos, na esperança de obter atendimento mais rápido. No entanto, após receber os valores, o suspeito não cumpria o que prometia: os procedimentos não eram marcados e o dinheiro não era devolvido.
A Polícia Civil classificou o esquema como um ato cruel e articulado, que se aproveitava do desespero de pessoas fragilizadas para obtenção de lucro indevido. O suspeito adotava sempre o mesmo modus operandi: abordava as vítimas com um discurso convincente, cobrava antecipadamente pelas supostas intermediações e, após garantir o pagamento, desaparecia ou dava desculpas para justificar a falta de retorno. O golpe vinha sendo aplicado desde, pelo menos, o ano de 2022, segundo aponta a investigação.
Até o momento, quatro vítimas formalizaram denúncias contra o professor. No entanto, os investigadores acreditam que o número de lesados seja maior e que mais pessoas devem procurar a polícia à medida que o caso ganha repercussão. A atuação do professor foi descrita como “reiterada e perversa”, uma vez que ele se aproveitava não apenas da fragilidade das vítimas, mas também da confiança que sua posição de educador inspirava na comunidade.
O suspeito foi conduzido à Delegacia Regional de Imperatriz, onde foi ouvido e teve sua prisão formalizada. Posteriormente, ele foi encaminhado a uma unidade prisional da região, onde permanecerá à disposição da Justiça. A Polícia Civil reforçou o pedido para que outras possíveis vítimas do esquema procurem a delegacia para registrar boletim de ocorrência. O caso segue sob investigação, e novas diligências devem ser realizadas para apurar se há mais pessoas envolvidas no esquema ou se o professor agia sozinho.
O caso chama a atenção para a necessidade de cuidado com promessas de facilitação de serviços públicos, especialmente em áreas sensíveis como a saúde. O SUS oferece atendimento gratuito e universal, e nenhum tipo de pagamento pode ser exigido para a marcação de procedimentos. A Polícia Civil orienta a população a denunciar qualquer tentativa de cobrança ou intermediação ilegal.
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