A Polícia Civil cumpriu mandados judiciais em residências, no Maranhão, ligados a um 'curso de desbloqueio de celulares' promovido por Alan Gonçalves, que está preso por ministrar aulas de desbloqueio dos aparelhos, que era usado por criminosos para facilitar o comércio ilegal de celulares roubados.

Segundo a polícia, equipes das Delegacias Regionais de Presidente Dutra e Barra do Corda participaram da 'Operação Rastreio' e cumpriram mandados judiciais no município de Governador Archer. As diligências se concentraram em três endereços distintos, resultando em várias apreensões, como:

Aparelhos celulares
Carregadores
Equipamentos de desbloqueio
Produtos sem nota fiscal
Duas motos

Durante a operação, duas pessoas foram conduzidas para prestar esclarecimentos. Segundo a polícia, o material apreendido será analisado, podendo embasar novas frentes investigativas.

Além do Maranhão, a operação acontece em outros 10 estados para cumprimento de 132 mandados de busca e apreensão, com coordenação da Polícia do Rio de Janeiro.

A investigação começou em maio, com a prisão de Alan Gonçalves, apontado como referência em desbloqueio de celulares, que realizava os procedimentos de forma remota. Os agentes então identificaram uma rede de “clientes” espalhada por todo o país, já que Alan também dava as “aulas” de como destravar diferentes aparelhos. O homem também dizia saber remover IMEIs do Cadastro Nacional de Celulares com Restrição (CNCR) — a lista restrita da Anatel e das operadoras de telefonia.

🔎O IMEI (Identificação Internacional de Equipamento Móvel, na sigla em inglês) é um número único que identifica cada aparelho celular no mundo. Ele funciona como uma espécie de “RG” do telefone, permitindo que operadoras e autoridades saibam exatamente qual é o dispositivo, independentemente do chip usado. O código, composto por 15 dígitos, fica gravado na placa do aparelho e pode ser encontrado na caixa original, nas configurações do sistema ou digitando *#06# no teclado do celular. Em casos de roubo ou perda, o bloqueio do IMEI impede que o telefone seja usado em outras redes, dificultando a revenda e ajudando na recuperação do bem.

De acordo com a polícia, vários endereços alvo das buscas funcionam como lojas, boxes e quiosques de revenda de celulares.