Cerca de 300 famílias que
vivem expostas à poluição causada por siderúrgicas no bairro industrial Pequiá,
em Açailândia, a 600 km de São Luís, entraram na Justiça para pedir
reassentamento para outro local.
Segundo os moradores, nos
últimos 14 meses, três crianças e uma mulher de 30 anos morreram por causa de
problemas pulmonares em decorrência da poluição provocada pelas siderúrgicas
instaladas ao lado da comunidade.
"Bastante rotineiro o
sofrimento das famílias. Ontem mesmo, [eu] falava com um casal de pessoas
idosas, que sofrem por problemas de coração, que estão obrigadas, domingo
mesmo, a se mudar de lá porque não conseguem aguentar mais. É uma situação que
faz sofrer, sobretudo idosos e crianças. Temos muitas notícias de óbitos
recentes devido a problemas de poluição e também doenças que vão piorando e vão
se agravando por conta da poluição", relatou o missionário Dário Bossi.
Segundo os moradores, desde
2007 é frequente a ocorrência de problemas como deficiência respiratória,
doenças de pele e visão. Médicos da Fundação Osvaldo Cruz e de outros países já
coletaram amostras para eximar o solo e a água do local e constaram elevados
índices de poluição, prejudiciais aos organismos animais em geral.
"A gente constatou que
apenas são encontradas populações de insetos que sobrevivem em condições de
alta poluição, poluição industrial e poluição urbana, e não constatamos a
presença de nenhuma espécie sensível à poluição, o que significa que a água
está tão poluída que não há macro invertebrado sensível à poluição que pode
sobreviver", denunciou a bióloga Mariana de La Fuente.
Em maio de 2011, foi
assinado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre a Prefeitura de
Açailândia, o Ministério Público e a Associação de Moradores do Pequiá para o
reassentamento das famílias. Três anos depois, nenhuma medida foi tomada.
"É poeira que cai sobre
a gente, as casas da gente, a comida da gente, cai até dentro dos pratos de
quem não tem a casa forrada. Espero que em breve possa acontecer essa
transposição", desejou o presidente da Associação de Moradores do Pequiá
Edvar Dantas.
Com informações do G1/MA